quarta-feira, 17 de abril de 2013


ALGUNS RESUMOS E SINOPSES DE OBRAS DE ARIANO SUASSUNA

Uma Mulher Vestida de Sol

Uma Mulher Vestida de Sol foi a primeira grande tragédia produzida no Nordeste. Escrita para um concurso promovido pelo Teatro do Estudante de Pernambuco, em 1947, e classificada em primeiro lugar, deu início também à carreira de autor teatral de Ariano Suassuna. Segundo Suassuna, a obra era, ainda, sua primeira tentativa de recriar o romanceiro popular nordestino.

Os homens de barro

Escrita originalmente entre 1948 e 1949, Os homens de barro, de Ariano Suassuana, ganha nova edição caprichada. Passada no conjunto de lajedos da Pedra do Reino, a história fala de um grupo de homens que decidem esculpir um Anjo, após sua suposta aparição para um deles. Para tanto, organizam-se de forma comunitária, provocando a desconfiança e hostilidade dos fazendeiros locais. Mais uma vez de forma magistral, Suassuna usa sua arte para abordar importantes questões sociais. A edição traz ilustrações de Zélia Suassuna.

O casamento suspeitoso

É uma comédia de costumes. Trata do tema casamento por dinheiro. A ação se passa na casa da matriarca de uma família, dona Guida. Travestimentos, cenas de pancadaria e sátira aos membros da igreja e da justiça compõem esta peça. Cancão (figura tomada emprestada do bumba-meu-boi) é o empregado esperto e também faz lembrar alguns personagens das comédias de Molière (autor de comédias, francês). O velho golpe do baú é o fio condutor da trama, cujo enredo flerta com a literatura de cordel e os folguedos populares do Nordeste. E todo golpe do gênero tem que começar, é claro, com um casamento. O enlace será entre Geraldo e Lúcia. Ele é o único filho de uma família rica da cidade, e está prestes a receber uma gorda herança familiar. Mas a mãe do rapaz, Dona Guida, desconfia da índole da moça e faz tudo para acabar com o casamento.

Tortura de um coração

É uma miniatura mágica e engraçada de todos os códigos da nossa sociedade: a vaidade social, o medo da solidão, a ganância, o preconceito, a covardia que se reveste de falsa valentia, a esperteza vencendo a força - enfim: o homem e suas paixões.

O rico avarento

Ambientada no sertão nordestino, conta a história de um Coronel, rico e avarento, e Tirateima, um rapaz humilde que, por falta deemprego, aceita ser o mestre sala do Coronel. Dia após dia, Tirateima vai conhecendo o caráter avarento de seu patrão, o qual nega esmola e comida para os pobres e mendigos que vão até sua casa. Até que um dia, o rico avarento recebe uma visita inusitada: O chefe do inferno e seus “cães” vêm buscá-lo pelo seus pecados e diz que todos os mendigos que foram pedir comida na casa dele era ele testando-o, os cães o levam pra o fogo do inferno e quando tirateima chega lá encontra o chefe e seus cães, querendo leva-lo também para o inferno.Mas ele, com sua inteligência de nordestino, acaba com eles e se livra de ir para o inferno e o coronel vai parar entre o céu e o inferno, no purgatório. Os cães voltam para buscá-lo, mas são impedidos por Nossa Senhora, que dá mais uma oportunidade para o coronel, que ao voltar a terra está mais avarento que nunca.

O santo e a porca

Esta comédia em três atos, escrita em 1957, traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Suassuna. Aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, narra a história de Euricão Árabe, um velho avarento devoto de santo Antônio que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro.

A Pena e a Lei

"A Pena e A Lei" é uma súmula do teatro. Síntese de fontes populares e de exigente inspiração erudita, Commedia dell'Arte e autor sacramental, sátira de costumes e arguta mensagem teológica, divertimento nordestino e proposição de alcance genérico, herança de valores tradicionais e saída para uma vigorosa dramaturgia coletiva, histórica concreta e vôo para regiões abstratas, mamulengo e metafísico.

A Farsa da boa Preguiça

A peça, indicada para todas as idades, inclusive jovens e adolescentes, narra a história de Joaquim Simão, poeta de cordel, pobre e "preguiçoso", que só pensa em dormir. Joaquim é casado com Nevinha, mulher religiosa e dedicada ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão e Clarabela, possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha e Clarabela quer conquistar Joaquim Simão. Três demônios fazem de tudo para que o pobre casal se renda a tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam intervir. Jesus observa e avalia tudo. A partir daí, situações inusitadas e muito divertidas fazem deste texto uma das peças mais divertidas do teatro brasileiro.

As Conchambranças de Quaderna

A peça As Conchambranças de Quaderna representa uma espécie de exceção do ponto de vista dos procedimentos criativos de Suassuna. Isto porque o autor, para escrevê-la, partiu de dois textos em prosa, dois capítulos da trilogia acima referida que chegaram a ser publicados na “Seleta em prosa e verso de Ariano Suassuna”, organizada por Silviano Santiago, em 1974 – “O caso do coletor assassinado” e “O casamento” (cujo ato correspondente, na peça, recebe o título de “Casamento com cigano pelo meio”). Os textos serviram de base para os dois primeiros atos. A esses dois, Suassuna acrescentou um terceiro, adaptado de “A Caseira e a Catarina”, peça que, por sua vez, foi baseada em uma história real, divulgada através de uma curiosa notícia de jornal, e que dava conta da queixa que certa mulher prestara às autoridades contra o diabo, por este não ter cumprido a promessa de levar seu marido para o inferno.Conchambrança é uma corruptela de conchamblança, que significa conchavo, ajuste, combinação. Segundo o autor, foi na forma de conchambrança que ele ouviu a palavra pela primeira vez, no sertão da Paraíba. Forma que se ajusta perfeitamente ao universo da peça, uma vez que o protagonista, Pedro Quaderna, traz a público algumas de suas lembranças, contando-nos três imbróglios em que tomou parte e nos quis teve de fazer uma série de conchavos para resolver as situações a contento, tirando proveito, no final, de tudo e de todos. Cada um dos três atos, portanto, funciona como uma pequena peça independente, e é Quaderna, o narrador, quem costura os episódios entre si, proporcionando a unidade da peça maior.

A História de amor Fernando e Isaura

"A História do Amor de Fernando e Isaura" é uma paixão proibida. Um amor tão verdadeiro e intenso que, impedido de ser vivenciado em toda a sua plenitude, encaminha-se para um trágico desfecho. Até hoje o único romance do autor que não se passa na Paraíba e, além disso, ao contrário do que parece em toda a sua obra, o Sertão encontra-se praticamente ausente da narrativa: seu cenário é Alagoas, com grande parte das ações decorrendo nas proximidades do mar.


Romance d´A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta

A pedra do reino é apresentado como um romance autobiográfico narrado por Dom Pedro Dinis Ferreira-Quadrena, o auto-proclamado Rei do Quinto Império e do Quinto Naipe, Profeta da Igreja Católico-Serteneja e pretendente ao trono do Império do Brasil . Quaderna, obcecado em criar uma versão essencialmente nordestina para o livro Compêndio narrativo do peregrino da América Latina , de Nuno Marques Pereira, se descreve como descendente dos verdadeiros reis brasileiros - que nenhuma relação têm com aqueles imperadores estrangeirados e falsificados da Casa de Bragança . Seus antepassados são, na verdade, os legítimos reis castanhos e cabras da Pedra do Reino do Sertão, que fundaram a sagrada Coroa do Brasil. As desventuras de Quaderna e a trágica história de sua família na cidade de São José do Belmonte, no interior de Pernambuco, funcionam como o ponto de partida para Suassuna promover suas misturas perfeitas - o rico com o pobre, a arte com o cotidiano, a ingenuidade com a malícia, a realidade com a fantasia, a odisséia com a sátira, a Europa com o sertão.


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