ALGUNS RESUMOS E
SINOPSES DE OBRAS DE ARIANO SUASSUNA
Uma Mulher Vestida de Sol
Uma
Mulher Vestida de Sol foi a primeira grande tragédia produzida no Nordeste.
Escrita para um concurso promovido pelo Teatro do Estudante de Pernambuco, em
1947, e classificada em primeiro lugar, deu início também à carreira de autor
teatral de Ariano Suassuna. Segundo Suassuna, a obra era, ainda, sua primeira
tentativa de recriar o romanceiro popular nordestino.
Os homens de barro
Escrita
originalmente entre 1948 e 1949, Os homens de barro, de Ariano Suassuana, ganha
nova edição caprichada. Passada no conjunto de lajedos da Pedra do Reino, a
história fala de um grupo de homens que decidem esculpir um Anjo, após sua
suposta aparição para um deles. Para tanto, organizam-se de forma comunitária,
provocando a desconfiança e hostilidade dos fazendeiros locais. Mais uma vez de
forma magistral, Suassuna usa sua arte para abordar importantes questões
sociais. A edição traz ilustrações de Zélia Suassuna.
O
casamento suspeitoso
É
uma comédia de costumes. Trata do tema casamento por dinheiro. A ação se passa
na casa da matriarca de uma família, dona Guida. Travestimentos, cenas de
pancadaria e sátira aos membros da igreja e da justiça compõem esta peça.
Cancão (figura tomada emprestada do bumba-meu-boi) é o empregado esperto e
também faz lembrar alguns personagens das comédias de Molière (autor de
comédias, francês). O velho golpe do baú é o fio condutor da trama, cujo enredo
flerta com a literatura de cordel e os folguedos populares do Nordeste. E todo
golpe do gênero tem que começar, é claro, com um casamento. O enlace será entre
Geraldo e Lúcia. Ele é o único filho de uma família rica da cidade, e está
prestes a receber uma gorda herança familiar. Mas a mãe do rapaz, Dona Guida,
desconfia da índole da moça e faz tudo para acabar com o casamento.
Tortura
de um coração
É
uma miniatura mágica e engraçada de todos os códigos da nossa sociedade: a
vaidade social, o medo da solidão, a ganância, o preconceito, a covardia que se
reveste de falsa valentia, a esperteza vencendo a força - enfim: o homem e suas
paixões.
O
rico avarento
Ambientada
no sertão nordestino, conta a história de um Coronel, rico e avarento, e
Tirateima, um rapaz humilde que, por falta deemprego, aceita ser o mestre sala
do Coronel. Dia após dia, Tirateima vai conhecendo o caráter avarento de seu
patrão, o qual nega esmola e comida para os pobres e mendigos que vão até sua
casa. Até que um dia, o rico avarento recebe uma visita inusitada: O chefe do
inferno e seus “cães” vêm buscá-lo pelo seus pecados e diz que todos os
mendigos que foram pedir comida na casa dele era ele testando-o, os cães o
levam pra o fogo do inferno e quando tirateima chega lá encontra o chefe e seus
cães, querendo leva-lo também para o inferno.Mas ele, com sua inteligência de
nordestino, acaba com eles e se livra de ir para o inferno e o coronel vai
parar entre o céu e o inferno, no purgatório. Os cães voltam para buscá-lo, mas
são impedidos por Nossa Senhora, que dá mais uma oportunidade para o coronel,
que ao voltar a terra está mais avarento que nunca.
O santo e a porca
Esta comédia em três atos, escrita em 1957, traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Suassuna. Aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, narra a história de Euricão Árabe, um velho avarento devoto de santo Antônio que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro.
Esta comédia em três atos, escrita em 1957, traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Suassuna. Aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, narra a história de Euricão Árabe, um velho avarento devoto de santo Antônio que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro.
A
Pena e a Lei
"A Pena e A Lei" é uma
súmula do teatro. Síntese de fontes populares e de exigente inspiração erudita,
Commedia dell'Arte e autor sacramental, sátira de costumes e arguta mensagem teológica,
divertimento nordestino e proposição de alcance genérico, herança de valores
tradicionais e saída para uma vigorosa dramaturgia coletiva, histórica concreta
e vôo para regiões abstratas, mamulengo e metafísico.
A Farsa
da boa Preguiça
A
peça, indicada para todas as idades, inclusive jovens e adolescentes, narra a
história de Joaquim Simão, poeta de cordel, pobre e "preguiçoso", que
só pensa em dormir. Joaquim é casado com Nevinha, mulher religiosa e dedicada
ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão e
Clarabela, possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha e
Clarabela quer conquistar Joaquim Simão. Três demônios fazem de tudo para que o
pobre casal se renda a tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam
intervir. Jesus observa e avalia tudo. A partir daí, situações inusitadas e
muito divertidas fazem deste texto uma das peças mais divertidas do teatro
brasileiro.
As Conchambranças de Quaderna
A peça As
Conchambranças de Quaderna representa uma espécie de exceção do ponto
de vista dos procedimentos criativos de Suassuna. Isto porque o autor, para
escrevê-la, partiu de dois textos em prosa, dois capítulos da trilogia acima
referida que chegaram a ser publicados na “Seleta em prosa e verso de Ariano
Suassuna”, organizada por Silviano Santiago, em 1974 – “O caso do
coletor assassinado” e “O casamento” (cujo ato correspondente, na
peça, recebe o título de “Casamento com cigano pelo meio”). Os textos
serviram de base para os dois primeiros atos. A esses dois, Suassuna
acrescentou um terceiro, adaptado de “A Caseira e a Catarina”, peça
que, por sua vez, foi baseada em uma história real, divulgada através de uma
curiosa notícia de jornal, e que dava conta da queixa que certa mulher prestara
às autoridades contra o diabo, por este não ter cumprido a promessa de levar
seu marido para o inferno.Conchambrança é uma corruptela de conchamblança, que
significa conchavo, ajuste, combinação. Segundo o autor, foi na forma de
conchambrança que ele ouviu a palavra pela primeira vez, no sertão da Paraíba.
Forma que se ajusta perfeitamente ao universo da peça, uma vez que o
protagonista, Pedro Quaderna, traz a público algumas de suas lembranças,
contando-nos três imbróglios em que tomou parte e nos quis teve de fazer uma
série de conchavos para resolver as situações a contento, tirando proveito, no
final, de tudo e de todos. Cada um dos três atos, portanto, funciona como uma
pequena peça independente, e é Quaderna, o narrador, quem costura os episódios
entre si, proporcionando a unidade da peça maior.
A História de amor Fernando e Isaura
"A História do Amor de Fernando e Isaura" é uma paixão proibida. Um amor tão verdadeiro e intenso que, impedido de ser vivenciado em toda a sua plenitude, encaminha-se para um trágico desfecho. Até hoje o único romance do autor que não se passa na Paraíba e, além disso, ao contrário do que parece em toda a sua obra, o Sertão encontra-se praticamente ausente da narrativa: seu cenário é Alagoas, com grande parte das ações decorrendo nas proximidades do mar.
Romance d´A Pedra do Reino e o Príncipe do
Sangue do Vai-e-Volta
A pedra do reino é
apresentado como um romance autobiográfico narrado por Dom Pedro Dinis
Ferreira-Quadrena, o auto-proclamado Rei do Quinto Império e do Quinto Naipe,
Profeta da Igreja Católico-Serteneja e pretendente ao trono do Império do
Brasil . Quaderna, obcecado em criar uma versão essencialmente nordestina para
o livro Compêndio narrativo do peregrino da América Latina , de Nuno Marques
Pereira, se descreve como descendente dos verdadeiros reis brasileiros - que
nenhuma relação têm com aqueles imperadores estrangeirados e falsificados da
Casa de Bragança . Seus antepassados são, na verdade, os legítimos reis
castanhos e cabras da Pedra do Reino do Sertão, que fundaram a sagrada Coroa do
Brasil. As desventuras de Quaderna e a trágica história de sua família na
cidade de São José do Belmonte, no interior de Pernambuco, funcionam como o
ponto de partida para Suassuna promover suas misturas perfeitas - o rico com o
pobre, a arte com o cotidiano, a ingenuidade com a malícia, a realidade com a
fantasia, a odisséia com a sátira, a Europa com o sertão.
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